sexta-feira, 2 de março de 2012

Não você não será um Rolling Stone

Em primeiro lugar: Nunca fui, nem serei um junker - se é que o termo se aplica. Enfim, mas nunca fui um desses que levasse a ferro e fogo o lema de livin' la vida loca. Aprendi a ser comedido muito pequeno e contra condicionamento não há argumentos. Mas fui um adolescente como toda pessoa que chega nessa tenra, densa e esquisita área dos vinte-poucos anos. E como quase todo adolescente tive meus ídolos. As coisas que curtia, aquilo onde depositava e expressava minha personalidade. E, sim, o rock naquela época era vital. Era minha maneira de me definir no mundo.
Então por essa época comecei a escolher as bandas que gostaria, que estilo seguiria, e muitos daqueles caras soavam tão "teenagers"... Era legal, mas com o passar do tempo aquilo foi virando "música do meu tempo de moleque". E achava eu que viriam novos caras cantar para as novas gerações e eu envelheceria com aqueles músicos, tão juvenis em outro tempo.
Acontece que, não sei se por grana ou por ideal, esses caras não mudaram. Não amadureceram. Continuam querendo a menininha-meio-deprê e o garoto-meio-revoltado. Eles continuam adolescentes.
Na minha cabeça, isso não soa como juventude. Juventude é ver o louco do Mick Jagger, que por muitos já estaria enterrado em algum cemitério importante do Reino Unido, saracotear feito louco no palco. Cantando as músicas de um outro tempo, sim, mas sem aquela angústia de querer que o público fique eternamente jovem. Algo me diz, que os Stones se alimentam da energia dos mais jovens que, incautos, acabam indo em seus shows, mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que estas bandas, tão juvenis em 90/00, não têm esse direito. Não quando muitos deles têm 40 e poucos. Jamais serão Stones. Jamais serão clássicos, porque pra isso, é preciso deixar o tempo fazer seu trabalho e não ficar se repetindo ao longo do tempo. Isso só leva esses caras cada vez mais próximos do limbo do esquecimento.
Enfim, espero que um dia, algumas das bandas que eu curti na adolescência seja respeitada pelo meu filho, assim como eu respeito as coisas boas que meus pais ouviam.