quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sobre o fim de ano e gavetas




E então começou a (ben)dita faxina de fim de ano. As gavetas tendem a reduzir drasticamente seu volume. Só o que vale pra sempre permanece e isso é uma verdade incontestável. A peneira de fim de ano é cruel. É sempre um susto ver o tamanho do saco de lixo e depois de reorganizar a gaveta não saber onde coube aquele lixo todo. É como na vida com nossa centena de milhões de informações inúteis que com o tempo vão se esvaindo, esmaecendo. E vira um grande porão de "lembranças esquecidas", bem maior que as gavetas de "lembranças vivas".
Mas as gavetas tem outro poder mágico que é o de ambientar lembranças. Gavetas (e caixas) tendem a guardar o melhor e o pior da sua vida. A carta da adolescência que você nunca enviou. A foto que você esconde de todos. A foto que você até tentou mostrar pra todo mundo em redes sociais, mas que fica guardada embaixo de um caderno de desenhos velhos. Enfim, as gavetas e as caixas têm quem você é na verdade. No fim de ano você vai lá e vê um resumo de quem você foi nos últimos anos pelo menos. Escolhe que parte de você permanece viva. Escolhe que parte de você vai pro limbo do esquecimento. E assim mais um ano você passará recheando suas gavetas como rechear sua vida. E no fim do próximo ano. Vai ver mudanças. E um novo você descrito dentro de poucos objetos.

Boas Festas!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Deixa eu falar filha da p...

Lembrei agora cedo de uma música dos Raimundos. Que dizia:"Liberdade de expressão. Deixa eu falar filha ... Expressão!"
Achava na época essa música genial. Mas percebi que a geração que ouviu essa música não sacou muito bem de onde ela vinha.
O pessoal começou a confundir "liberdade de expressão" com "liberdade de imprensa"; "liberdade de expressão" com "liberdade de palavrão";"liberdade de expressão" com "libertinagem poética". E aí tudo virou uma grande zona, onde o "politicamente correto" é moda e não regra de conduta. Um pardieiro onde ganha mais quem tem o poder de repressão maior.
Nossa sociedade, a.k.a. sociedade da informação, é tão preocupada em vigiar o outro (ê BBB) que é incapaz de reparar nos seus próprios erros. Torna-se censora dos seus semelhantes. Reprimindo qualquer movimento diferenciado da rota comum. O ser humano é naturalmente discordante e dissonante. Não existe unanimidade e quando esta existe meia dúzia ficaram calados. Então porque não tentar compreender o outro e agir através dos princípios da ética.Fica mais fácil compreender e ninguém precisa ser sensor de ninguém. O direito de um começa justamente do lado do outro. Sinto um tempo de vigilância absoluta chegar. E não se trata aqui dos casos de opiniões inescrupulosas e sectaristas. Trate-se simplesmente do direito de discordar sem ofender o amigo do lado.

De resto: "DEIXA EU FALAR FILHO DA PUTA! EXPRESSÃO!"

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Animamundi 2011: o que teve?


Como já é hábito, eu fui mais um ano ao Animamundi. E como sempre coloco aqui minhas impressões do festival.
Esse ano só consegui ir um dia. Mas vi a sessão Portifólio que eu tanto gosto.
Não vou me estender muito. Só vou colocando um pouquinho do que achei dos vídeos que mais gostei lá!






quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Amor

Verbo transitivo direto.

Deletando...

Terceira rede deletada em um mês. Tô me sentindo leve, sério.

Porra, Esquilo

Essa é uma aventura. A história de um gatinho fofo chamado Esquilo. Essa também é uma história de amor de um casal que enfrenta perigos pra ficar juntos. Essa linda história de amor que vara a madrugada ligados apenas por uma mão. E no meio da noite este lindo gato transforma esta noite. Sua presença nos inunda. E completa nossa noite:

PORRA, ESQUILO. Cutucar o meu pé a madrugada inteira já é sacagem!

As dores

Dói. Dói pra caralho. Tudo, nas mais variadas formas. Tudo dói. Tudo machuca, tudo é corrosivo.

Tinha vontade de tirar ela de lá. E eu mesmo tive que levar ela até lá; já disse que detesto não ser um fracote?

Me sentindo um merda. um babaca. um estúpido. E todo o tempo as coisas saindo errado. Cansado. “To legal” disso já. Algum dia essa oscilação vai fazer sentido. Porque hoje não faz.

Adeus vó

Do que muito sentirei falta é da bonita faixa de cabelo branco no seu cabelo fofinho e bem penteado. Adeus.

Acho que ouvi certo

Acho que ouvi as músicas que devia no tempo certo. Durante muito tempo vi minha personalidade sendo moldada por gêneros musicais. Sim, eu tentei seguir as modinhas. E na verdade a maior benção foi não ter podido, por “n” motivos, segui-las com afinco. eram como agnosticismo (se eu não estiver falando merda).

E hoje reparei que ouvi Dead Fish, por exemplo, no tempo certo. De uma certa maneira as letras me tocaram pra que eu encontrasse quem eu era, onde estava o que tinha de fazer. Se não deu pra responder tudo isso permanentemente que bom que pelo menos me ajudou com o fim da adolescência. rs.

“Não preciso de suas muletas pois os pés eu vou usar/ É ter autonomia pra guiar, olhar pra qualquer lado e ter o direito de me esborrachar.”

Detesto

Detesto essa empatia com as pessoas. Odeio me importar com tudo, cada caso, cada problema. Não suporto essa história de querer cuidar de quem nem precisa ser cuidado (ou que inventa motivo pra isso). Detesto ter de ficar sem comer por nervosismo e também ficar pensando sobre o que estaria acontecendo. Odeio estar ligado no 220v porque alguém tá com algum problema. E principalmente, odeio ter que me justificar porque me solidarizo com gente que não merece…

Não sou bom em nada

Nou jogo bola bem. Nem basquete, nem handebol tanto assim. Não sou bom em videogame. Não sei desenhar, nem tocar instrumentos com destreza. Já disse que sou muito ruim com games? Enfim, é isso que faço de melhor ser mediano em todas as áreas que exigem alguma habilidade. Agora me deixa ir trabalhar num sábado livre, que trabalhar é o que eu aprendi fazer…

Sou uma antítese de mim

Logo cedo descobri que nossos objetos nos definem. Seus brinquedos diziam muito sobre você. Se você ainda tem brinquedos, isso diz muita coisa.

Recebi coisas lindas de presente ontem e todas me definem, cada uma a sua maneira. É impressionante como um cd, uma caixa de chocolates e uma camiseta me disseram sobre “o que sou feito”. E ao mesmo tempo a maneira como isso me afeta também é diferente.

O chocolate me levou a experimentar uma viagem sensorial interessante. Uma caixa linda com tema oceânico (e rosa-dos-ventos, que eu tanto gosto), com aplicações em verniz e extremamente saboroso. Guardarei-a certamente.O cd do seriado musical Glee, com músicas baseados no estilo Broadway, coisas que eu não ouviria normalmente (valeu por testar, namorada) , me agradaram e me deixaram tão alegre quanto uma frase de Ruby Tuesday dos Rolling Stones numa camisa trazida de presente pela minha amiga Marina. Gostar de tantas coisas que se contrastam fazem de mim essa coisa engraçada, metida a esperto que minha amiga teima em chamar #popcultmoderninho. Acho que aprendi de novo sobre mim.

Não vou me adaptar

Na verdade todos somos egoístas demais para aceitar a adaptação. Basta observar quando as pessoas vêem seus ex-romances com novas pessoas. Se consomem por rancor, raiva, desdém e outros sentimentos que não são exatamente legais. Outra coisa que acontece também é vermos as fotos de um amigo que não entra em contato conosco em “outra vida” e de “bem com a vida” a impressão que tenho é que nessa hora se pensa “tá melhor sem mim”. E isso é estranho. O desejo pela inadaptação alheia.




A minha voz será a voz da verdade
Mas o que é a verdade
Senão inflar a opinião de vaidade?
Verdade é a natureza se manifestar!
É o cecê que não para de jorrar
É xixi, cocô, papá, mimi…
É a criança que chora e outrora sorri
É suvacolelê na cara do amigo
É tirar a craca de dentro do umbigo
E virar planta por um momento…
Vegetando à luz do Sol
Baseado em pensamento…
Suvacolelê - Comédia MTV (lol)

Tem dias que a noite é foda.

Tem dias que simplesmente duram o suficiente pra você ter certeza de que tá vivo. Porque só sendo personagem de filme /seriado pra tudo dar totalmente certo (ou errado). E aí vc descobre o motivo pelo qual está vivo. Pra viver um dia de cada vez.

Então respira. Pensa meia dúzia de palavrões (segundo o Hassum e o Melhem : “retoma o centro desestressa e principalmente dá poder”) e toca. Pq amanhã é outro dia. Mais longas 24 h

E nem tente se queixar…

Sobre prolixidade, acúmulo de redes sociais e medidas.

Sou um prolixo. Falo demais tenho a boca maior que o resto do corpo. E o acúmulo de blogs que eu tenho prova isso.
Na tentativa de ser menos prolixo e mais focado estou reduzindo o número de redes sociais. Me reeducando no uso da internet. E então estou trazendo pra cá tudo que eu postei no tumblr.com um outro tipo de blog. Numa idéia de reduzir o número de redes e na tentativa de dar uma acordada no meu bom e velho bloguinho que tenho tanta saudade e ao mesmo tempo tanta preguiça de postar.
E essas medidas que venho tomando serão importantes no meu crescimento. Hora de crescer novamente. Sempre é tempo. E está na hora de renovação pessoal.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Como filmes americanos fuderam minha vida (Pt.1)


Penso em escrever este post há tanto tempo que não faço idéia de onde ele começa. Na verdade sei bem. Ele começa em "Curtindo a Vida Adoidado", filme que eu simplesmente amo e vejo desde os 3 anos na sessão da tarde.
Com filmes como esse em anos de "terapia cinematográfica intensiva", eu fui moldando a minha personalidade de uma maneira digamos... american way of life. Vocês verão a merda que isso provoca logo, logo.
Mas antes, precisamos pensar em quais os fatores que fazem os filmes americanos fuderem sua vida. Aqui vão alguns (os que lembro agora)
- A gostosa
- O nerd
- Drama familiar
- Mentiroso arrependido
- O baile de formatura

Vamos numa ordem aleatória:

- Drama familiar.

Todo filme adolescente por mais adolescente e babaca que seja sempre tem um drama familiar. É o que dá liga na história. Seja do personagem principal, seja da mocinha ou dos coadjuvantes. Alguém precisa ter uma família ruim pra pensar "OH! COMO SOU INFELIZ!" e depois ouvir alguém dizer "VOCÊ PRECISA GUIAR SUA PRÓPRIA VIDA. SEU PAI (mãe, tio e até avó) NÃO PODE DIZER QUEM VOCÊ VAI SER" . Daí pra diante se desenrola uma crise existencial e no fim o cara descobre que a vida dele é boa. O drama se resolve com um abraço emocionado ou a morte de alguém. MINHA VIDA: depois de achar que dramas pessoais me trariam a gata dos sonhos (não é assim nos filmes?) descobri que ninguém quer ser amigo de alguém que simplesmente não tem energia positiva, ou que tem um drama tão pesado que tenha que dividir com todo o mundo o peso nas costas. Daí você afasta até aquela menina chata (ou feia, isso mesmo, acontece; não existem só as "gostosas") que poderia ser afim de você. Ou seja, dramas pessoais não te trazem garotas(os). Dramas pessoais só te trazem mais dramas pessoais. Lição 1: APRENDIDA.

- A Gostosa:

A Gostosa, sim com letra maiúscula, é a principal personagem de qualquer história adolescente. Como? Sendo a paixão do nerd (próximo capítulo) ou infernizando a vida da mocinha. Ela é o centro das atenções e acreditem, meninas e meninos, ela não fica com o nerd no final, e nem é humilhada na frente da mocinha que sai vitoriosa de uma batalha épica de amor, ódio, sangue, suor e lágrimas. (ufa!) Então antes de pensar em bolar um plano contra a Gostosa pense duas vezes se isso não estará enterrando de vez qualquer possibilidade de vida social entrando numa briga de uma pessoa só (é ... ela não está preocupada com sua vida). E você nerd (próximo capítulo, já disse isso?), não vai faturar essa gata se não levantar a bunda da cadeira, se arrumar, e ir lá conversar com ela. (Coisa de gente galera, ok? sei bem como funciona o vocabulário nerd. E dizer que é geek é o primeiro passo para se afundar na nerdice completa #dik). Lição 2: APRENDIDA

Os outros tópicos virão num próximo post. Vocês sobrevivem até lá? rsrs.

terça-feira, 1 de março de 2011

#56 Culpa sua!

"Se não fosse o senhor, hoje eu tava adiantado e não atrasado"

Com a maior sinceridade do mundo ele me abordou assim.

"Oi?"
"É, se o senhor não tivesse me repetido, hoje eu não estava atrasado"

Estendeu a mão suja da graxa da oficina. Mais o pulso que a mão (medo de me sujar?).

"Hoje eu culpo o senhor."

Doeu. Eu comecei a ficar sem saber o que fazer. Sabia que não tinha acertado com o garoto que hoje é um rapaz. Imaginava o que teria acontecido com ele. De todas as outras vezes nunca tinha visto tanta mágoa no olhar dele.
Doeu.

"Se não fosse o senhor..."

E ficava ecoando na cabeça. Mesmo durante o minuto em que parei pra falar com ele. Perguntei como andavam os estudos. Ele respondeu.

"bem!" ("se não fosse o senhor...")

E minha mente completou o raciocínio.

"Se não fosse o senhor... eu não estaria trabalhando aqui."

Sabia que não tinha acertado com o aluno. Só não imaginava o tamanho do erro. Passei o resto do tempo me perguntando qual a minha real responsabilidade na vida daquele garoto.

"Hoje eu culpo o senhor..."

Não sai da mente.

Sempre me questionei sobre a responsabilidade de reter alguém. Se estaria errando ou acertando. Continuo sem saber. Mas apenas me resta dizer que doeu. E ainda dói.

"Se não fosse o senhor..."