quinta-feira, 3 de março de 2011

Como filmes americanos fuderam minha vida (Pt.1)


Penso em escrever este post há tanto tempo que não faço idéia de onde ele começa. Na verdade sei bem. Ele começa em "Curtindo a Vida Adoidado", filme que eu simplesmente amo e vejo desde os 3 anos na sessão da tarde.
Com filmes como esse em anos de "terapia cinematográfica intensiva", eu fui moldando a minha personalidade de uma maneira digamos... american way of life. Vocês verão a merda que isso provoca logo, logo.
Mas antes, precisamos pensar em quais os fatores que fazem os filmes americanos fuderem sua vida. Aqui vão alguns (os que lembro agora)
- A gostosa
- O nerd
- Drama familiar
- Mentiroso arrependido
- O baile de formatura

Vamos numa ordem aleatória:

- Drama familiar.

Todo filme adolescente por mais adolescente e babaca que seja sempre tem um drama familiar. É o que dá liga na história. Seja do personagem principal, seja da mocinha ou dos coadjuvantes. Alguém precisa ter uma família ruim pra pensar "OH! COMO SOU INFELIZ!" e depois ouvir alguém dizer "VOCÊ PRECISA GUIAR SUA PRÓPRIA VIDA. SEU PAI (mãe, tio e até avó) NÃO PODE DIZER QUEM VOCÊ VAI SER" . Daí pra diante se desenrola uma crise existencial e no fim o cara descobre que a vida dele é boa. O drama se resolve com um abraço emocionado ou a morte de alguém. MINHA VIDA: depois de achar que dramas pessoais me trariam a gata dos sonhos (não é assim nos filmes?) descobri que ninguém quer ser amigo de alguém que simplesmente não tem energia positiva, ou que tem um drama tão pesado que tenha que dividir com todo o mundo o peso nas costas. Daí você afasta até aquela menina chata (ou feia, isso mesmo, acontece; não existem só as "gostosas") que poderia ser afim de você. Ou seja, dramas pessoais não te trazem garotas(os). Dramas pessoais só te trazem mais dramas pessoais. Lição 1: APRENDIDA.

- A Gostosa:

A Gostosa, sim com letra maiúscula, é a principal personagem de qualquer história adolescente. Como? Sendo a paixão do nerd (próximo capítulo) ou infernizando a vida da mocinha. Ela é o centro das atenções e acreditem, meninas e meninos, ela não fica com o nerd no final, e nem é humilhada na frente da mocinha que sai vitoriosa de uma batalha épica de amor, ódio, sangue, suor e lágrimas. (ufa!) Então antes de pensar em bolar um plano contra a Gostosa pense duas vezes se isso não estará enterrando de vez qualquer possibilidade de vida social entrando numa briga de uma pessoa só (é ... ela não está preocupada com sua vida). E você nerd (próximo capítulo, já disse isso?), não vai faturar essa gata se não levantar a bunda da cadeira, se arrumar, e ir lá conversar com ela. (Coisa de gente galera, ok? sei bem como funciona o vocabulário nerd. E dizer que é geek é o primeiro passo para se afundar na nerdice completa #dik). Lição 2: APRENDIDA

Os outros tópicos virão num próximo post. Vocês sobrevivem até lá? rsrs.

terça-feira, 1 de março de 2011

#56 Culpa sua!

"Se não fosse o senhor, hoje eu tava adiantado e não atrasado"

Com a maior sinceridade do mundo ele me abordou assim.

"Oi?"
"É, se o senhor não tivesse me repetido, hoje eu não estava atrasado"

Estendeu a mão suja da graxa da oficina. Mais o pulso que a mão (medo de me sujar?).

"Hoje eu culpo o senhor."

Doeu. Eu comecei a ficar sem saber o que fazer. Sabia que não tinha acertado com o garoto que hoje é um rapaz. Imaginava o que teria acontecido com ele. De todas as outras vezes nunca tinha visto tanta mágoa no olhar dele.
Doeu.

"Se não fosse o senhor..."

E ficava ecoando na cabeça. Mesmo durante o minuto em que parei pra falar com ele. Perguntei como andavam os estudos. Ele respondeu.

"bem!" ("se não fosse o senhor...")

E minha mente completou o raciocínio.

"Se não fosse o senhor... eu não estaria trabalhando aqui."

Sabia que não tinha acertado com o aluno. Só não imaginava o tamanho do erro. Passei o resto do tempo me perguntando qual a minha real responsabilidade na vida daquele garoto.

"Hoje eu culpo o senhor..."

Não sai da mente.

Sempre me questionei sobre a responsabilidade de reter alguém. Se estaria errando ou acertando. Continuo sem saber. Mas apenas me resta dizer que doeu. E ainda dói.

"Se não fosse o senhor..."